A pornografia gay é o último lugar onde você esperaria encontrar símbolos relacionados à supremacia branca – tema em evidencia nos Estados Unidos, após os episódios em Charlottesville. No entanto, é exatamente no pornô gay que encontramos Cameron Diggs.
Quando Cameron Diggs apareceu no mundo pornô, há não muito tempo atrás, através de um vídeo da NakedSword.com, as manchetes diziam que ele estava sendo criticado, e até rejeitado, pelo público devido ao enorme número de tatuagens, que cobrem quase todo o seu corpo com desenhos ou frases, principalmente a Cruz de Ferro, nos ombros, e os SS, da Tropa de Proteção (Schutzstaffel), nos quadris, que são símbolos nazistas e classificados como símbolos de ódio.
É bem verdade que, a última coisa que você irá ver em um ator pornô são suas tatuagens, principalmente se esse ator tem o mesmo “talento” que Diggs. Além disso, são tantas tatuagens e detalhes, que esses detalhes podem, facilmente, passar desapercebidos por grande parte das pessoas.
O estúdio, NakedSword (para quem o ator filmou a maioria de suas cenas), continuou a divulgar o trabalho de Diggs, além de promover apresentações ao vivo do ator, em uma cerimônia de premiação pornô, em maio do ano passado. À medida em que a controversa situação criava proporções, nem o estúdio e nem o ator respondiam aos inúmeros questionamentos referente a presença das tatuagens, ou a sua ausência.
É possível considerarmos que, Diggs não fosse racista, e que suas tatuagens fossem apenas uma infeliz coincidência. A Cruz de Ferro, por exemplo, é frequentemente usada no surf e skate.
Em torno do dia 13 de julho, a NakedSword resolveu sugerir a Diggs que emitisse uma nota – por meio de um comentário em uma publicação -, para “limpar seu nome”:
“Eu acredito que as pessoas deveriam se orgulhar de quem são e de onde elas vem”, escreveu Diggs. “Sinto que nós devemos continuar nossa raça e nossa cultura (…) Quando se trata de ter filhos, eu prefiro ficar dentro da minha raça. Não é nada sobre ser ou ter ódio sobre outras raças, é apenas o que eu acredito. Por que isso é tão errado? Isso me faz racista?”
Horas depois da publicação do comentário, o estúdio CockBoys removeu a cena de Cameron Diggs, que estava em seu site desde meados de maio.
“Removemos a cena de Cameron depois de ler seu pronunciamento”, disse o diretor e CEO do estúdio Jake Jaxson. “Seu comentário não representa os valores básicos de respeito mútuo e aceitação, que é uma das missões da Cockyboys”.
Em 25 de julho, a NakedSword cancelou o lançamento de uma cena de Diggs, programada para ir ao ar no dia seguinte, mesmo depois de o vídeo ter sido anunciado por meses como o grande final da série “Plaboys Internacionais”, do estúdio. A empresa ainda se recusa a comentar sobre Diggs, suas tatuagens, e seus comentários. O chefe de produção, Pam Dore, disse que estava “fora do escritório”, quando a decisão de cancelar o lançamento foi feito.
Em fevereiro desse ano, Cameron Diggs foi preso por portar durante uma operação policial. Diggs era encarregado da produção e distribuição ilegal de metanfetamina cristalina. Foram encontrados 1,600 gramas da substancia em um apartamento do Texas, invadido pela polícia. O depósito de Diggs foi multado em US$ 100.000.
Essa não é a primeira vez que o pornô gay possui problemas como esse. Porn Stars que cometeram estupros e assassinatos, como Mike Dozer e Addison, da Sean Cody, respectivamente, não tiveram seus vídeos retirados dos sites dos estúdios, mesmo depois de suas eventuais sentenças. E em anos, nunca um estúdio removeu ou cancelou o lançamento de alguma cena devido às crenças pessoais de um artista, até agora.
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